Acta Scientiarum: Education (Nov 2017)

<b>Uma abordagem gramsciana da práxis dos jesuítas como intelectuais no Brasil colonial

  • Fábio Inácio Pereira,
  • Peri Mesquida

DOI
https://doi.org/10.4025/actascieduc.v39i0.30760
Journal volume & issue
Vol. 39

Abstract

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O presente trabalho pretende refletir sobre a ação do intelectual jesuíta, na perspectiva de Manuel da Nobrega, à luz do conceito de ‘intelectuais’ de Antonio Gramsci. Parte-se do pressuposto de que os padres jesuítas, como intelectuais orgânicos, foram determinantes para a concretização da hegemonia colonizadora portuguesa. Para alcançar o objetivo proposto, foram utilizados: os Cadernos do cárcere de Antonio Gramsci, para discutir o conceito de intelectuais e a sua função orgânica nos grupos hegemônicos; e as Cartas do Brasil de Manuel da Nobrega, que expressou o compromisso do intelectual educador jesuíta com a política educacional da Coroa portuguesa no Brasil. Os textos foram interpretados criticamente e com foco na compreensão do papel que os jesuítas exerceram na formação de quadros a serviço da manutenção da hegemonia. A catequese e a formação indígenas, assim como a de quadros entre os filhos dos colonos, atenderam relativamente aos interesses de formação dos setores fundamentais da hegemonia colonial. Nos colégios, os filhos dos colonos compunham os setores dominantes da sociedade colonial, pois se formavam como intelectuais que ocupariam funções de quadros especializados da Companhia e, também, na administração em favor dos próprios interesses da Coroa para manter a cultura portuguesa.

Keywords