Saúde em Debate (Apr 2025)

Resiliência coletiva: um olhar sobre o trabalho na Atenção Primária à Saúde

  • Raquel de Castro Alves Nepomuceno,
  • Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto,
  • Kelen Gomes Ribeiro,
  • Luiz Odorico Monteiro de Andrade

DOI
https://doi.org/10.1590/2358-289820251459699p
Journal volume & issue
Vol. 49, no. 145

Abstract

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RESUMO A Atenção Primária à Saúde (APS) foi considerada importante pilar frente à pandemia da covid-19, que trouxe uma série de fatores estressantes e traumáticos, requerendo ajustes no cotidiano. O conhecimento do território, o acesso, o vínculo entre usuário e equipe, a integralidade da assistência, o monitoramento das famílias vulneráveis e o acompanhamento dos casos constituíram estratégias fundamentais. Coube também abordar problemas oriundos do isolamento social prolongado e da precarização da vida social e econômica, como transtornos mentais, violência doméstica, alcoolismo e agudização ou desenvolvimento de agravos crônicos, cujas consequências são de difícil previsão e exigem cuidados integrados longitudinais. A situação de precariedade social e econômica em que se encontra parte da população, fundada em dois traumas sociais – a colonização e a escravidão –, que produziram desenvolvimento marcado pela extrema desigualdade na distribuição de renda e no usufruto de direitos sociais, foram agudizadas na pandemia, ampliando os desafios no cuidado em saúde. Diante das potencialidades e fragilidades das vivências após a covid-19, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos sobre resiliência coletiva. Este ensaio teórico discute referências bibliográficas e oferece análise crítica do conceito, destacando a importância deste na contemporaneidade, e aplicando-o ao contexto da APS do Brasil.

Keywords